Eu Primavera
Eu comecei a florir.
Não é estranho que as sementes
Que lancei à terra há muito tempo,
Somente agora, em pleno outono
Comecem a dar flores?
Acho que chovi muito na juventude.
Depois me tornei árida por muitos anos.
Sementes só brotam, quando são acolhidas.
Um dia, Deus mandou-me um terremoto
E foi tão forte, tão forte,
Que toda a terra foi revolta.
De minhas entranhas,
Algumas sementes emergiram.
Pra continuar a viver, precisei cultivar meu jardim.
E assim, as sementes que estavam em mim,
Pouco a pouco foram acordando,
E depois crescendo, crescendo, crescendo,
Até me tornar planta adulta.
Dos amigos do caminho,
Das vivências, do carinho,
Das dores, dos desamores,
De todas chuvas e sóis,
Dos sentimentos, dos nós,
De tantos sim e de nãos,
Formei o adubo da plantação.
Percebi que com o passar do tempo,
Muitas flores foram aparecendo,
E acaba de nascer o primeiro fruto:
Das raízes do coração.
Lisboa,/Pr – set/13
Folhas douradas
Reverencio os dias de outono
Tardes vermelhas
Céu matizado em
Degradé azu-laranja
Folhas douradas
Revoadas de pássaros
Em busca de calor
Flores fenecendo
Frutos rompendo
Outono, estação madura
Plenitude de existência
Exuberância da natura
Frutificação,
Expressão maior da vida
Auto-preservação do sêmen
Esperança trazida no fruto
Sobrevivência germinada
Folhas no chão,
Natureza despida
Frutos à mostra
Princípio, gérmen, grão.
Rio de Janeiro – jun/14
MELLO, Regina. Antologia de Ouro III. Museu Nacional da Poesia – Organização. Belo Horizonte : Arquimedes Edições, 2014. 136 p.
15 x 21 cm. ISBN 978-85-89667-50-0
Ex. bibl. Antonio Miranda, exemplar enviado por Regina Mello.
Eu Primavera
Eu comecei a florir.
Não é estranho que as sementes
Que lancei à terra há muito tempo,
Somente agora, em pleno outono
Comecem a dar flores?
Acho que chovi muito na juventude.
Depois me tornei árida por muitos anos.
Sementes só brotam, quando são acolhidas.
Um dia, Deus mandou-me um terremoto
E foi tão forte, tão forte,
Que toda a terra foi revolta.
De minhas entranhas,
Algumas sementes emergiram.
Pra continuar a viver, precisei cultivar meu jardim.
E assim, as sementes que estavam em mim,
Pouco a pouco foram acordando,
E depois crescendo, crescendo, crescendo,
Até me tornar planta adulta.
Dos amigos do caminho,
Das vivências, do carinho,
Das dores, dos desamores,
De todas chuvas e sóis,
Dos sentimentos, dos nós,
De tantos sim e de nãos,
Formei o adubo da plantação.
Percebi que com o passar do tempo,
Muitas flores foram aparecendo,
E acaba de nascer o primeiro fruto:
Das raízes do coração.
Lisboa,/Pr – set/13
Folhas douradas
Reverencio os dias de outono
Tardes vermelhas
Céu matizado em
Degradé azu-laranja
Folhas douradas
Revoadas de pássaros
Em busca de calor
Flores fenecendo
Frutos rompendo
Outono, estação madura
Plenitude de existência
Exuberância da natura
Frutificação,
Expressão maior da vida
Auto-preservação do sêmen
Esperança trazida no fruto
Sobrevivência germinada
Folhas no chão,
Natureza despida
Frutos à mostra
Princípio, gérmen, grão.
Rio de Janeiro – jun/14
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Página publicada em fevereiro de 2021